terça-feira, 29 de dezembro de 2009

Ilusão: minha desilusão

Eu nasci. Atéia é lógico. Obviamente ninguém nasce já acreditando em alguma coisa. Passaram-se alguns anos até eu começar a entender um pouco mais sobre as coisas; mas menina ingênua, garotinha ainda com a chupeta na boca. Certa vez mamãe me contou uma coisa: disse que existia Deus, para eu rezar pra ele, todas as noites, ele me traria saúde e paz, eu logo achei fantástico fechar os olhos e conversar com Deus, pedir as coisas a ele. Fácil não? Pedia um mundo de coisas, (rs). Eu acreditei na minha mãe, por que não? Afinal por que ela iria mentir para mim? Só que minha mãe, nessa mesma época, me contou outra coisa: disse que existia Papai Noel, mas com esse era um pouco diferente, em vez de rezar, era só escrever uma cartinha e ser uma boa menina que no natal eu ganharia o meu presente desejado. ‘Nossa mãe! Quantas coisas boas e legais que há nesse mundo né?’
E vivia, quando criança, na ilusão que esses dois seres fantásticos existiam. Passaram-se mais alguns anos e fui amadurecendo, entendendo melhor as coisas, e quem dava aqueles presentes maravilhosos que eu pedia todo o natal? Ah, descobri que era minha mãe! E compreendi que Papai Noel não existia. Foi criado por alguém e com algum intuito. E no mesmo processo de amadurecimento e compreensão com o mundo, percebi também que Deus, aquele Deus para quem eu rezava todas as noites quando criança, não existia também, e também foi criado por alguém e com algum intuito. É tão fácil né!? Nós vivemos por um certo tempo de ilusões e, depois que começamos a crescer, começamos a entender muito melhor as coisas e cair na realidade. Nós viramos gente e percebemos que tudo não passou de uma brincadeirinha, de uma mentirinha. E para você, qual é a SUA realidade?

sábado, 5 de dezembro de 2009

Tarde

Com o tempo percebo que mais sozinha fico, e quem se preocupa com isso? Já cansei de justificar coisas que nem para mim faz sentido e para que justicá-las agora para você? Você, que foi embora no momento que eu mais precisei, você, que agora nada mais quer de mim. Para que então tentar começar tudo de novo se já acabou? Conto e sei que já foram mais de mil perdões pedidos mas qual foi o sacrifício que você fez para hoje, estar ao meu lado? Nenhum. Basta ter atitude.
Olho a diante e consigo ver a mim mesma, mais um vez, sozinha. Sozinha pedindo ajuda para o mundo. Oh! mundo cruel, o que quer de mim? Diga o que preciso para ser feliz? Acordar? Ou já será tarde?
A felicidade custa quanto? Você já me disse isso, não? Pode repetir por favor?
Por que não fala comigo? O que eu te fiz?
Já sei que o mundo não faz parte da minha história. Da minha história quem faz parte sou eu, só eu.
E hoje também sei que aquele que mais perto deseja ficar, mais me enganará. Foi isso que aconteceu, sempre. Já não vou mais mentir. Só queria saber: a felicidade custa quanto mesmo? Talvez seja um preço muito alto e eu, desculpe, mas não tenho como pagar. Sonho em algum dia poder encontrar alguém que me empreste o valor dela, mas eu sei, já será tarde demais. Oh! o que eu te fiz? Mundo cruel!

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Acordada

Deito em minha cama e num só piscar de olhos aparece em minha mente, transformando tudo o que vivo em apenas ilusões, como se nada tivesse sentido.
Tento me afastar e quando me dou conta, mais perto estou e este, mais me prepondera. Eu fujo de mim, sempre enganando a mim mesma e tento mais uma vez voltar ao que era antes, sem se quer, um piscar de olhos. Olhos que não enxergam há tempo o motivo de tentar estar comigo, como se alguém estivesse o incomodando. Todo o dia vira uma tortura tentar descansar em paz.
Deitar e fechar os olhos são coisas que não consigo mais fazer. Ele está convencido de que está certo, digo que não é bem assim. Não há palavras para persuadi-lo. Tão trivial.
Quero parar de me enganar e de enganar os outros, quero provar que sonho só tem aquele que não quer mais sonhar.
Me pergunto quantas vezes já sonhei com isto e percebo que para mim o sonho não existe mais. Então para que dormir? Ficarei acordada até amanhecer, tentando não encontrar nem mais um defeito.
Não! Não posso ficar acordada, assim, consigo ver quem realmente é, o que quer e o que está fazendo aqui, o que está tentando fazer comigo.
Por isso deito em minha cama, fecho os olhos e o acordar, já não faz mais sentido para mim. Eu descanso em paz.