quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Meu menino de vidro

Transparente como a água resvalando pelos meus dedos e deslizando sobre minha pele macia, enquanto macio, nada!
É duro e frio, porém sinto sua fragilidade e sei que numa queda não somente se estilhaçará como machucará todos que estão em sua volta, principalmente aqueles que estão mais próximos.
Mas algo tão belo como este, como assim ferir? Não, não é de propósito, não tem culpa por ser frágil. Tenho medo de tocá-lo e me machucar, será que vale apena? Até onde será que vai sua frieza?
Acredito que precisarei de muito tempo para poder manipulá-lo e deixá-lo pertinho de mim sem medo algum de me ferir, mas para isso preciso dissipá-lo, mesmo que seja aos pouquinhos. Somente este eu quero que satisfaça cabalmente todos os meus desejos, mas novamente, sem me ferir, por favor.
Já sei! Posso tê-lo para mim. É só cuidar bem dele não o deixando cair, sinto que sou capaz. Mas se ele ao deslizar com toda sua transparêcia e frieza pelo meu corpo me ferir? Ah não, de novo não!

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